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terça-feira, 10 de junho de 2014

Depois de tudo, ou até mesmo nada, acabo recorrendo a mim e a mim apenas. Pois és parte de mim. Nada mais és além de uma síntese de mim mesma em letras, o que equivale à nada, pois eu nada sou. És, então, apenas palavras. Distúrbios do que eu não consigo me livrar. Auto-corrosão. Tu és tudo o que prende a minha garganta. És em si mesma tudo o que me destrói e constrói. Comes o meu fígado durante toda a noite e esperas ansiosa para que ele se regenere durante o dia, para devorá-lo novamente. Estamos presas, malditamente presas uma à outra, e presas ao maldito ciclo de construir e destruir. Tu és o nosso próprio algoz.
Por que trazes perturbações tão ácidas?

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