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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Amor é chegar em teu quarto e ser invadida pelo cheiro do incenso, que persiste mesmo após ido, queimado, carbonizado, retido ao pó. Amor é o beijo na testa que leva embora a noção da própria existência e ainda traz consigo o escudo para enfrentar todas as coisas. Amor são as 16 horas trancados no quarto e a conclusão de que a dilatação temporal é totalmente real para aqueles que estão se afastando de nós. Amor é a mensagem que reclama a ausência do outro em sua cama, que impede a pele sobre a pele, o meu cheiro na sua barba, a sua camisa no meu corpo, meus dedos entre seus cabelos. Amor é quando você bagunça o meu cabelo e acha que está fazendo cafuné. É quando a sua voz é o primeiro som ao acordar. É a saudade gritante do fim de semana que não passamos juntos. É a saudade gritante da semana inteira que nos vimos apenas para almoçar. É a sensação de adolescência tardia, trazida pelo esquecimento do meu nome quando o teu beijo me invade. É a lembrança do teu sorriso. O tempo dedicado a escrever estas palavras que não vou permitir que você leia. São estas próprias palavras. Amor são os seus planos para um futuro nosso. É o meu medo de não haver futuro algum, e ainda assim querer apostar. Amor é uma casa-barco em Amsterdã.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Marina! Como é bom ler um texto seu novamente!

Aqui é o Paulo, do antigo e finado "Eternos Rascunhos", não sei se você vai se lembrar. Decidi pesquisar por seu blog para saber se ainda estava ativo e eis que me deparo com novas publicações! Bom te ler novamente!
Estive pensando em voltar a escrever também, por vontade e necessidade, mas ainda tenho minhas dúvidas, porém ler seus textos novamente me deixou bem mais empolgado para retornar!

Sua escrita continua incrível e admirável, parabéns! Sou seu fã haha :-)
Um abraço!

Paulo Jr.

Marina T. disse...

Claro que eu lembro de você, Paulinho (nem sei se posso chamar assim, mas continuo chamando, como sempre, haha). Eu aqui sempre me pego tentando ver seu blog, mas você não fez como eu, não deixou ninguém mais ter a oportunidade de reler o que você escreve. :(
É uma surpresa para mim, pois só deixei o blog aberto para não ter a sensação de que estou escrevendo para mim mesma, mas não achei que teria alguém passando novamente por aqui. Se você quer minha opinião, por favor, volte a escrever, haha. Eu sou suspeita, porque eu sou fã também! De qualquer maneira, deixe-me informada, vou adorar ler algo seu novamente! Obrigada por entrar em contato. :D

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