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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Perfume

            Se você aprecia uma boa leitura, então não leia o texto a seguir. Se você é curioso como eu, então siga em frente.




            O cheiro ficou marcado na pele como na primeira vez, podia senti-lo em si, embora não houvesse ninguém além dela ali. Amava aquele perfume e este que ficara preso em seu corpo era a prova de que estiveram juntos ao menos por uma noite.
            Porque ele a abraçava fortemente e ela gostava disso, era o momento deles a sós no meio de todos, mas ninguém precisava saber o que se passava ali e talvez não passasse nada além dos devaneios na mente dela.
            Fato é que as noites acabam e ele tem que partir, entretanto o bendito perfume sempre fica, pelo menos até o próximo banho. A vontade é que ele permaneça com ela, ele está em qualquer lugar e o perfume está nela.
            A mente é algo fascinante, é impressionante como podemos fingir e ninguém saberá a verdade que nossa mente esconde, a menos que digamos, é claro. E ela finge, finge que não sente nada, embora eu saiba que ela sente. Ela adora o corte peculiar do cabelo dele, adora o caráter, o sorriso, ela adora... Seria óbvio demais se eu dissesse, não quero revelar o segredo dela. Ela adora o perfume dele.
            Eu sei que ela finge por não querer que o que já aconteceu aconteça, ela não quer se apaixonar gostar dele, mas já era. Perdeu, patricinha! O cheiro ficou marcado na pele como na primeira vez, sim, pois na primeira vez que isso aconteceu ele permaneceu em sua mente. E ele está na mente dela agora, pelo menos até o amanhecer. E tudo começou por causa de um perfume! Malditos feromônios!
            E ela finge, mas o cheiro dele emanando de seu corpo prova que ela adoraria dizer a verdade, ao menos por uma noite.

11 comentários:

Causticidade Cotidiana disse...

Fui curioso e li. E é na curiosidade que descobrimos obras lindas! Ah, sim, essa foi uma obra linda descoberta!
Se eu disser que cada palavra que você disse, praticamente aconteceu uma vez comigo(de maneira inversa ao texto, não era eu que sentia o perfume), as pessoas não acreditariam!
Acho que o cheiro, o perfume, talvez seja algo mais profundo e tocante que um beijo. O beijo é ali, naqueles momentos e pronto, acaba. O perfume não, ele fica no corpo, ele fica na mente. Quando sente o perfume de alguém, você aspira para dentro de si aquele cheiro, que não ficará só em sua roupa, mas também em sua alma.
Lindo Marina, lindo mesmo! Parabéns!
Beijos!

Marina T. disse...

Bem, Paulinho, então você já ganhou mais um ponto comigo pela sua curiosidade! rs
E eu acredito! O perfume fica e marca e mesmo que você queira não esquece o outro, pelo menos por uma noite .. huahua!
Muito obrigada, querido! Feliz Ano Novo! ;)
Beeijo :*

Luiz Scalercio disse...

quero parabenizar o seu,
lindo trabalho q vc faz no seu blog.
belissimo texto,
sou curioso tmbm,
gostei o q eu vi ta.

Marina T. disse...

Muito obrigada, Luiz! A curiosidade é uma qualidade quando a usamos para buscar algo que nos edifique e acrescente, rs! ;)
beijo.

May disse...

Ainda bem que fui curiosa :D auhauhauhauhaua, adorei o texto, amor . Parece tão real :P amei, amei .. como SEMPRE! *-* VOCÊ É DEMAIS.

Marina T. disse...

Porque às vezes é quase real por um único segundo ou mais, depois vira mais poeira perdida no vento .. Obrigada, Maysinha! :D
Beeijo .

Davi Machado disse...

Se foi escrito é pra ser lido!

Interessante texto. O perfume de alguém, um som, uma canção, nossa mente usa de vários artifícios para nos mostrar o caminho do desejo, e esta sua personagem deseja muito...

Agradeço teu carinho com meus versos, também amo os românticos, foi a primeira "escola" que conheci rsrsrs depois tornei-me um tanto cético e vieram os simbolistas...

tá mais e beijo

Marina T. disse...

Olá, Davi! Bem, obrigada pelo comentário e obrigada principalmente por entender a alma do texto que é o mais importante, você transcreveu em belas palavras o sentimento da personagem! rs
Com certeza ela deseja muito e deseja muitas coisas, tenho observado-a! rsrs
Por nada, seus versos são lindos, impressionantemente lindos! O ceticismo faz parte, mas eu ainda tenho uma queda por Byron...kkk! ;x
Beijo.

Andre Mansim disse...

Eu não muito bom pra guardar fisionomia, mas tem duas coisas que eu não esqueço, uma é da caligrafia da pessoa, se eu prestar atenção na sua caligrafia eu não esqueço mais, hahahaha que maluquice né? Outra coisa é minha memória olfativa que é porreta também, é muito dificil eu esquecer um cheiro, por isso gostei muito desse post que fala de uma coisa verdadeira que quase ninguém fala!
Um bjão e fica com Deus, e tenha um lindo ano novo!

Calcanhar de Aquiles disse...

Como fui encontrar esse blog somente hoje?
Um perfume tem um quê de mistério que fica impregnado na memória, mesmo quando insistimos em arrancá-lo.

Muito bacana o uso que você faz desse espaço.
Feliz ano novo.
Felicidades sempre.
Abração do amigo "Calcanhar".

Marina T. disse...

Olá, Mansim! Fico muito alegre em ter um comentário seu em meu blog, principalmente por seu uma leitora que admira muito o seu blog! :D
Legal isso de não esquecer a caligrafia, realmente incomum! rs
E perfume, principalmente quando é bom, a gente não esquece! huahua! Obrigada! Desejo-te tudo em dobro! :D
Feliz Ano Novo! beeijo ;*

Oi, "Calcanhar", rsrs. Qualquer coisa que tenha uma pitada de mistério é interessante! :D
Obrigada, feliz Ano Novo!
Abraço ;)

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