Páginas

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A vida é um contínuo chegar de esperanças. Até que as cheganças cessam. Você não vem mais, não aparece mais em minha porta, porque aqui mesmo a situação está preta, sem conotação pejorativa da palavra. Sem conotação nenhuma mesmo, afinal, o que mesmo estamos falando sobre? Aqui na Terra estão quase todos enrolando como eu, provavelmente é a razão de não irmos à parte alguma. Também, se fôssemos, aonde iríamos? Há realmente algum lugar a se chegar? A ficar. Muito provavelmente. Também não saberia dizer. Muito tempo perdido escrevendo palavras aleatórias em uma página ainda mais aleatória. Matar tempo não é assassinato, é suicídio. Alguém disse isso, também não sei quem foi. Como poderia saber, não é mesmo? Vamos prum lounge, beber um vinho safra ruim. Hum, outro alguém falou isso, não eu. O que há de mesmo meu? Nem essas palavras são minhas, quando serão? Quando serão eu? Quando serei eu? Quando serei? EU. O centro do meu umbigo, de mim mesma, do meu universo autocentrado, que pensa aleatoriamente sobre coisas que não sou eu, mas sou eu, e não sou. Vamos pra longe. Eu. Apenas eu. Quem levaria ao descaso? Acaso qualquer. Não é sobre se perder para se achar, porque nem sei onde estou. Qual é o benefício de jogar qualquer coisa aqui? Qual a relação disso com a água? Cobras. Ardilosa como a maldita cobra que troca de pele. De perspectiva. De luz, foco, percepção. Ana, Ana, Ana. Estou falando sem pensar. Nem pensar. Já falei isso. Essa fui eu sim. Culpada. De fato, a exceção invalida toda regra. Quem se importa? Bom mesmo é que não haja regra alguma. Ou haja milhares delas para não obedecermos nenhuma. BOBAGEM. É o fim do meu mundo. Hoje. Amanhã. Todos os dias. Porque não há um dia em que o mundo não se acabe. É o fim do mundo essa falta de beijos. Cansada. Estou apelando agora, porque sim, porque posso. porque sou minha, só minha. E um pouco tua. Oferecidamente tua, porque não queres me aceitar, então, preciso me oferecer mesmo. E continuarei a oferecer-me assim, até que não sejam mais apenas teus olhos a me comerem. De longe. Com toda essa pompa de século 17. Romance de Austen. Como se fosse o Darcy. Sem o sotaque inglês. Sem Pemberley. Sem nada. Só o chove sem molha diário. Todos os dias. Diariamente. Esse fim de mundo extenso e cansativo, que já deixou de ser jogo há muito tempo. BORING. BOOOOOOOOOOOORIIIIIING. Até quando? Paciência. Virtude que poucos têm, porque é superestimada. Para que tanta paciência? Aonde levaremos tanta paciência? Porque não há aonde ir, fato. Consumado. Estamos parados. Presos, cheios de lama até os joelhos. Cheios de toda essa moral absurda, idiota, boba, sem sentido, inefável. Quem aguenta tanta moral por tanto tempo? Hedonismo. Meu hedonismo sendo picotado por você. Meu hedonismo sendo amputado. Porque se não fosse você, bem, se não fosse você, ainda não estaria tão interessada nesse nada que você tem a oferecer. Mas eu nada quero. O que eu poderia querer? Além de sua inabilidade de pronunciar palavras simples? Além da sua hiperatividade estúpida? Além de sua bipolaridade sem pólo definido? Hoje acordei apenas com essa vontade de jorrar. De ser além. De inundar-me com essas palavras absurdas e sem vontade de dizer nada com nada. E ainda continuo dizendo e dizendo e dizendo a mesma coisa. Até que suma. A vontade. Eu. Você. Até que sumamos todos e nada reste, que não haja nem a saudade dessa existência que não é. Que não sou. Que não somos. Que jamais seremos. Nós. É o que nunca haverá, porque vivemos rápido demais para notar que o ontem ainda está aqui e o hoje ainda nem veio, talvez nem venha mais. Tanto faz agora. Mesmo. Não vou publicar. Ok, ninguém vai ler, mas não vou publicar, porque... Ops!

Nenhum comentário:

Postar um comentário